sábado, 2 de outubro de 2010

A Voz do Silêncio


O silêncio na hora certa vale ouro. Ele pode falar mais que mil palavras, dar mil conselhos e evitar uma situação constrangedora. Temos o hábito de falar demais e nos esquecemos que não há retorno para o que foi dito. Muitas vezes quando não falamos acabamos dizendo muito. Quando há atrito entre duas ou mais pessoas e elas não conseguem se conter, acabam por dizer coisas que, de maneira refletida, não diriam. Uma discussão é como uma fogueira e as palavras são o vento que aviva a brasa; quando mais se fala, mais a brasa arde; quanto mais as pessoas dizem nessa situação, menos refletem e acabam por alterar a voz, de maneira que no fim das contas o que se ouve são gritos.

Quantas e quantas pessoas não estragam uma relação só por que não souberam a hora certa de falar e a de calar! Quantos desentendimentos por que, querendo se comunicar, acabaram simplesmente cortando a comunicação com palavras vazias e irrefletidas! Quando falamos rápido demais, corremos o risco de dizer o que não diríamos se tivéssemos pensado duas vezes. Magoamos assim as pessoas e nos magoamos. O arrependimento que vem em seguida não apaga as palavras, não corrige os erros e deveria nos servir de lição... o que nem sempre acontece! Poderíamos aprender a contar até 10 ou mesmo 100 antes de responder bruscamente a algo que nos afetou. A resposta não será certamente a mesma depois de passado um tempo. Mas para as pessoas que não conseguem se conter numa discussão, o melhor é o afastamento temporário.


É muito melhor pensar sem falar que falar sem pensar.


Uma boa noite de sono pode ser excelente para acalmar a chama. Costuma-se dizer que a noite dá conselhos. Penso que, sobretudo, ela nos dá a oportunidade de, sozinhos, colocar em ordem nossa cabeça.
Pensar duas vezes antes de falar, sim. Mesmo três ou dez se necessário. Ficar em silêncio quando a melhor resposta é o silêncio é dar ao outro a chance de pensar um pouco sobre a situação. Em muitas brigas onde as palavras correm como as águas do rio, freqüentemente chegam a discussão coisas que nem deveriam estar lá. Vai-se desenterrando o passado com palavras e lembranças e isso ao invés de ajudar o presente, só piora.


Às vezes a melhor resposta é o silêncio, desde que não seja prolongado o bastante para cortar a comunicação. Ficar dias sem falar com uma pessoa só porque esta está em desacordo com nossa opinião é imaturo. Uma noite é e deve ser suficiente para que duas pessoas possam se olhar de frente e conversar como adultos. Isso faz parte da maturidade. Pessoas maduras chegam na hora certa e partem na hora certa nos encontros marcados da vida. Dizem o que deve ser dito e ouvem caladas. Pensam seriamente no que o outro diz sem ficar obstinadas com as próprias idéias. Elas se comunicam, dão e recebem. Crescem em sabedoria e contribuem para que o mundo seja um lugar mais agradável de se estar.


Texto de Letícia Thompson




Outro texto interessante para reflexão: A Voz do Silêncio - Helena Petrovna Blavatsky





Um comentário:

Dandara disse...

Minha mãe sempre disse que não há nada melhor que um dia depois do outro, com uma noite no meio...alguns problemas devem ser deixados pra serem resolvidos amanhã...
Adorei o texto!
bjooooooo